terça-feira, 16 de novembro de 2010

O feriado e o Mundial

Calafrios foi o que senti quando percebi que havia marcado uma viagem para o fim de semana do feriado do dia 15 de novembro: a data caiu justamente nas disputas das semifinais e final do Campeonato Mundial feminino. Detalhe, o destino da viagem não possuía cobertura de internet.

Quando cheguei no hotel fazenda o primeiro alívio: tv no quarto. O segundo suspiro só aconteceu depois da vitória suada do Brasil em cima do Japão, na virada por 3 sets a 2. A partida colocou definitivamente o Japão na lista das Seleções que devem ser levadas a sério e o Brasil no ritmo da final.

Interrompi o feriado para assistir a grande final. Ainda que jogadoras e comissão técnica brasileira não admitissem, seria uma oportunidade de devolver a derrota sofrida há quatro anos, quando a Seleção perdeu para as Russas o título do Mundial. Oportunidade de conquista do título inédito. A chance de calar os críticos de plantão, que adoram colocar culpa de tudo em Fabíola e Dani Lins. Tantas eram as informações em minha mente...

O Brasil não fez um brilhante primeiro set, mas fez o suficiente para vencer e dar um passo em direção ao título. Alegria e medo. A Rússia atropelou o Brasil no segundo, ou as brasileiras pararam de jogar. Estava tudo igual. Tensão e esperança. Novamente o Brasil fechou a parcial, segundo passo para o título. Felicidade e esperança. Esperava ver o Brasil jogar o set de suas vidas na quarta parcial, só não lembrei que o do outro lado da quadra a Rússia também estava disputando um set importantíssimo. Elas venceram. Medo e medo. Era o momento para entrar na história, para soltar o grito enrustido, para devolver a derrota há 4 anos.... Diferente dos outros sets, Brasil e Rússia mantiveram a constância e seguiram um atrás do outro no placar, ninguém destoava. Até uma bola duvidosa e a vantagem Russa ser construída. O título deu as costas, abanou o rabinho e foi embora, de novo. O grito que poderia ter sido de alegria foi convertido em lágrima, dentro e fora de quadra.

Acho sim que a comissão técnica deve investir em Fabíola como titular da Seleção feminina brasileira; que Sheilla é disparada a melhor jogadora do Brasil, que o juiz errou..... Mas, não quero analisar tecnicamente nada. Estava sem bloco de anotações, sem computador, sem estatísticas. Foi só coração.

O que eu vi foi muita vontade e muito trabalho. Nem sempre conseguimos o que mais almejamos, é assim na vida também. Por que não seria no esporte?

Parabéns Gamova e cia.
Parabéns meninas do Brasil, que ainda com a medalha de prata nos deram muito orgulho.

A saga do título inédito do Mundial feminino continua.

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