O caso Mari

A ponteira Mari, da Unilever, concedeu entrevista exclusiva para um blog nesta quarta-feira, 8 de setembro.
Aqui, a tentativa de um comentário digno.

Não sou fanática por vôlei. O blog surgiu baseado em um projeto profissional e não movido pela paixão descontrolada. Mas, acompanhando o vôlei nacional me lembro de alguns fatos que me despertaram bastante atenção.

Claro, um desses episódios foi a fatídica derrota do Brasil para a Russia, na semifinal da Olimpíada de Atenas. Eu só tinha 16 anos e vi uma menina, só cinco anos mais velha do que eu, sendo acusada injustamente pela derrota brasileira. Pensei várias vezes como a Mari iria reverter aquele momento. Se é que iria....

Em 2005, a lesão no ombro. Mais uma vez me peguei pensando se ela conseguiria prosseguir, se depois da operação seria tão boa quanto antes. Mari superou tudo com maestria, desembocando no título Olímpico na China, em 2008. E não foi só o título não, foi também a referência que a ponteira se transformou dentro e fora das quadras para muitos admiradores e profissionais ligados ao esporte.

É bem verdade que a “Ice Woman” andou derretendo um pouquinho nas últimas temporadas. Diante da última contusão, a do joelho direito que a tirou da disputa pelo único título inédito das meninas do vôlei brasileiro, o Mundial, Mari não voltou a ser a mulher de gelo, foi mais além. Respondeu todas as minhas dúvidas anteriores,e com classe.

Mari não é mais menina. Nem na aparência, nem nas palavras. Amadureceu e demonstra ser uma pessoa consciente do que representa e dor ser humano que é: suscetível a erros e lesões, dependente de milagres divinos que podem acontecer, ou não.

Pela frente, possíveis seis meses de recuperação que a afastam das quadras.Podem existir diversas opiniões sobre o amor ao vôlei, simpatia, beleza e comportamento dentro de quadra da jogadora. Independente dela ser a melhor de todos os tempos, ou a pior, antes de perguntar a mim mesma se ela vai conseguir superar mais essa, já respondo: Ela vai.